sexta-feira, 5 de maio de 2017

Até quando?


Quando Eduardo Baptista foi contrato como novo técnico do Palmeiras, para substituir o então recente campeão brasileiro, Cuca, Era claro de que o novo técnico precisaria de tempo para por as suas ideias de futebol – um tanto diferente da forma do ex-treinador – em prática. É óbvio que Eduardo não iria mudar tudo de uma hora pra outra, afinal de contas, o Palmeiras vinha de uma recente conquista importante no ano anterior. Um dos receios por boa parte dos torcedores e até mesmo da imprensa, era de que o novo técnico teria dificuldade para lidar com um elenco com tanto jogadores renomados, fato que poderia ser de extrema importância em sua sobrevivência em meio à pressão que sempre esteve lá, desde o primeiro dia em que o treinador assumiu o cargo. Mas esse não foi o principal motivo para a absurda demissão de Eduardo anunciada nesta noite de quinta-feira...
No campeonato paulista, o Palmeiras teve alguns maus resultados contra times pequenos, venceu dois clássicos (contra santos e São Paulo) e perdeu um (contra o Corinthians), e não conseguiu se classificar para a final, depois de um derrota surpreendente de 3x0 para a Ponte Preta no estádio Moisés Lucarelli. Claro, títulos sempre são bem-vindos, mas... quem se importa? Qual é o tamanho de um campeonato estadual, quando você tem no ano uma libertadores e tantos outros campeonatos mais importantes?
Aliás, na libertadores, apesar da dificuldade demonstrada pela equipe para vencer jogos teoricamente fáceis em casa, a equipe conseguiu alguns bons resultados fora de casa, sendo um deles uma vitória épica, de virada, na casa do Peñarol. A última derrota, para o Jorge Wilstermann, na Bolívia, não irá causar grandes problemas, tendo em vista a classificação já bem encaminhada.
Então... Qual seria o grande motivo para a demissão?
Nas palavras do presidente do Palmeiras, Maurício Galliotti, o desempenho e a falta de evolução da equipe foram os principais pontos que levaram até a demissão de Eduardo Baptista. Estranho...
O que mais me assusta no caso é que, para muitos jornalistas, comentaristas e torcedores, a demissão não tem nada de absurda. Até aí, tudo bem, afinal de contas, cada um pode enxergar de forma diferente e fazer sua própria análise da equipe. Mas, curiosamente, os que agora não parecem fazer muita força para dizer que a demissão do técnico é absurda, devido ao tal desempenho, são os mesmos que disseram que, não importava como jogava, o Palmeiras havia sido campeão brasileiro. São os mesmos que não entendiam as críticas a Marcelo Oliveira, quando o técnico foi campeão da copa do Brasil, mesmo com um desempenho não tão bom.
Tudo isso mostra que boa parte da imprensa e quase todos os clubes brasileiros, dão uma importância desmedida para o currículo dos técnicos no futebol brasileiro. O resto, é conversa... Não foi o desempenho que fez com que Eduardo caísse, mas sim o seu tamanho como treinador, a falta de títulos, apesar dos bons resultados nos últimos anos em equipes menores. Se o desempenho fosse realmente o motivo da demissão, Marcelo Oliveira teria sido demitido no ano que venceu a copa do Brasil, e Cuca também seria discutido, apesar da campanha no campeonato brasileiro.

A questão que fica é: até quando o futebol brasileiro continuará com essa visão imediatista sobre o trabalhos dos técnicos?

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