Quando
Eduardo Baptista foi contrato como novo técnico do Palmeiras, para substituir o
então recente campeão brasileiro, Cuca, Era claro de que o novo técnico
precisaria de tempo para por as suas ideias de futebol – um tanto diferente da
forma do ex-treinador – em prática. É óbvio que Eduardo não iria mudar tudo de
uma hora pra outra, afinal de contas, o Palmeiras vinha de uma recente
conquista importante no ano anterior. Um dos receios por boa parte dos
torcedores e até mesmo da imprensa, era de que o novo técnico teria dificuldade
para lidar com um elenco com tanto jogadores renomados, fato que poderia ser de
extrema importância em sua sobrevivência em meio à pressão que sempre esteve lá,
desde o primeiro dia em que o treinador assumiu o cargo. Mas esse não foi o
principal motivo para a absurda demissão de Eduardo anunciada nesta noite de
quinta-feira...
No campeonato
paulista, o Palmeiras teve alguns maus resultados contra times pequenos, venceu
dois clássicos (contra santos e São Paulo) e perdeu um (contra o Corinthians),
e não conseguiu se classificar para a final, depois de um derrota surpreendente
de 3x0 para a Ponte Preta no estádio Moisés Lucarelli. Claro, títulos sempre
são bem-vindos, mas... quem se importa? Qual é o tamanho de um campeonato
estadual, quando você tem no ano uma libertadores e tantos outros campeonatos
mais importantes?
Aliás, na
libertadores, apesar da dificuldade demonstrada pela equipe para vencer jogos
teoricamente fáceis em casa, a equipe conseguiu alguns bons resultados fora de
casa, sendo um deles uma vitória épica, de virada, na casa do Peñarol. A última
derrota, para o Jorge Wilstermann, na Bolívia, não irá causar grandes
problemas, tendo em vista a classificação já bem encaminhada.
Então... Qual
seria o grande motivo para a demissão?
Nas palavras
do presidente do Palmeiras, Maurício Galliotti, o desempenho e a falta de
evolução da equipe foram os principais pontos que levaram até a demissão de
Eduardo Baptista. Estranho...
O que mais me
assusta no caso é que, para muitos jornalistas, comentaristas e torcedores, a
demissão não tem nada de absurda. Até aí, tudo bem, afinal de contas, cada um
pode enxergar de forma diferente e fazer sua própria análise da equipe. Mas,
curiosamente, os que agora não parecem fazer muita força para dizer que a
demissão do técnico é absurda, devido ao tal desempenho, são os mesmos que disseram
que, não importava como jogava, o Palmeiras havia sido campeão brasileiro. São
os mesmos que não entendiam as críticas a Marcelo Oliveira, quando o técnico
foi campeão da copa do Brasil, mesmo com um desempenho não tão bom.
Tudo isso mostra
que boa parte da imprensa e quase todos os clubes brasileiros, dão uma
importância desmedida para o currículo dos técnicos no futebol brasileiro. O
resto, é conversa... Não foi o desempenho que fez com que Eduardo caísse, mas
sim o seu tamanho como treinador, a falta de títulos, apesar dos bons resultados
nos últimos anos em equipes menores. Se o desempenho fosse realmente o motivo
da demissão, Marcelo Oliveira teria sido demitido no ano que venceu a copa do Brasil,
e Cuca também seria discutido, apesar da campanha no campeonato brasileiro.
A questão que
fica é: até quando o futebol brasileiro continuará com essa visão imediatista
sobre o trabalhos dos técnicos?
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